No escuro

Em uma noite de tempestade e trovões, a pequena Liz se agarrava em seus cinco ursinhos de pelúcia para se sentir segura e protegida. Ela estava com muito medo porque a forte chuva estava provocando pequenas quedas de energia em sua casa. Ela tinha três grandes medos: ficar sozinha, fantasmas e o escuro. Liz odiava o escuro. Seus pais haviam viajado e ela estava aos cuidados de seu irmão mais velho, André. Ele, no entanto, não suporta Liz e prefere ficar em seu quarto jogando. A única companhia de Liz naquele momento eram suas pelúcias, nas quais ela tinha criado muito afeto e sentia a necessidade de estar com todas elas para conseguir dormir.

Um forte raio cai próximo a sua casa, o que causa um barulho alto e assustador. Então, o que Liz temia aconteceu, uma queda de energia definitiva. Devido ao susto, ela largou as pelúcias e se cobriu com seu cobertor, ficando em posição fetal e sentindo algumas lágrimas começando a se formarem. No entanto, ela logo percebeu que suas pelúcias também deveriam se esconder e ficarem seguras, então reuniu toda a coragem que tinha para sair de baixo da coberta e pegá-las.

Pegou uma lanterna dentro de sua gaveta e começou a procurar ao redor de sua cama. Ela percebeu que apenas quatro pelúcias estavam ali. Ela não entendia porque uma delas havia sumido... Era a sua favorita! Sua reação espontânea e desesperada foi correr até o quarto do irmão para pedir ajuda. Ela tentou chamá-lo, mas ele não respondia. Sem saída, ela entrou no quarto mesmo sem a permissão de André. Ele estava ouvindo música deitado em sua cama, furioso com a queda de energia que havia interrompido sua partida online. Quando percebeu que Liz havia entrado no quarto sem sua permissão, ele gritou agressivamente com ela, perguntando por que ela entrou no quarto dele e por que não o deixa em paz.

Ela explicou que uma de suas pelúcias havia sumido e pediu a ajuda dele para procurar. Incrédulo com a ‘’infantilidade’’ da irmã, André ficou furioso, levantou de sua cama e disse que sua irmã precisava crescer e deixar de ser tão estúpida. Ele pegou os quatro ursinhos de pelúcia que Liz estava segurando e os jogou pela casa, dizendo que ela não precisava daquelas pelúcias idiotas e que nunca mais poderia entrar no quarto dele. Ela ficou imóvel e assustada com os gritos do irmão. Ele volta para o quarto, fecha a porta causando um barulho alto e, em seguida, a tranca.

Liz agora se via sozinha, assustada e sem seu maior porto seguro. Ela reuniu toda a coragem que tinha, segurou fortemente a lanterna e resolve procurar suas pelúcias no escuro de sua casa. O que ela não esperava era que a bateria de sua pequena lanterna de brinquedo estava acabando. O que ela faria agora? E se houvessem fantasmas em sua casa? Ignorando esses pensamentos, ela vai à busca de seus ursinhos de pelúcia.